“A ANFIP não é só uma associação, não. É parte da minha história. Fazer parte dela significa que eu ajudei a trazer melhorias para a nossa classe, construir valores de justiça, ética. É como ser um tijolinho, num grande prédio. A ANFIP me deu propósito. Me conectou a pessoas incríveis. Me permitiu lutar pelo que eu acreditava. É um legado que eu guardo com muito carinho”.
Com essas palavras, a ANFIP Nacional celebra os 100 anos de vida do associado José Silveira Pinto, de Fortaleza (CE), completados em 30 de setembro de 2025. Filho primogênito de Cícero e Neusa, Silveira Pinto é casado com Maria Francisca Nogueira Pinto e segue espalhando propósito e fé entre filhos, netos e bisnetos.
A trajetória profissional de Silveira Pinto foi marcada pela honra e integridade no serviço público, reflexo de seus sólidos princípios. Em 1950, ingressou como escriturário interino, ascendendo rapidamente à função de fiscal do IAPETEC e, posteriormente, da Previdência Social, onde dedicou quatro décadas de trabalho pautadas pela retidão. Em 1990, aos 65 anos, aposentou-se como Auditor Fiscal da Receita Federal, encerrando um ciclo exemplar de contribuição ao Estado.
A aposentadoria, no entanto, representou o início de um novo e grandioso capítulo. Movido pela fé, Silveira Pinto aprofundou-se nos estudos teológicos e, em 1994, concluiu o curso de Teologia. No ano seguinte, aos 70 anos, foi consagrado pastor pela Convenção Batista Cearense, assumindo o ministério na Primeira Igreja Batista de Bom Jardim, onde exerceu o pastorado por uma década.
Na ANFIP-CE, antiga ACEFIP, Silveira Pinto sempre se mostrou presente, muito atuante na Diretoria, representando a Estadual nos mais importantes movimentos e eventos da ANFIP Nacional, e sempre à disposição para ajudar nas demandas dos associados. Silveira Pinto, um cidadão cearense e um associado que muito orgulha até hoje a Estadual.
Na ANFIP Nacional, Silveira Pinto também deixou sua marca. Atuou como vice-presidente adjunto de Cultura Profissional na gestão 1991-1993, participou da XIV Convenção Nacional e foi convencional nas XV e XVI CNOs. Durante a XX Convenção, apresentou a tese da isenção da contribuição previdenciária para maiores de 70 anos — uma das tantas contribuições que reforçam seu comprometimento com a categoria.
São histórias como a de Silveira Pinto que ajudaram a ANFIP Nacional a construir seu legado, marcado pelo protagonismo de Auditores Fiscais que dedicaram suas vidas ao fortalecimento da carreira e ao serviço público de qualidade.
Silveira Pinto é a prova viva de que fé e amor são as bases de uma vida marcada por grandes feitos e inspiração. A seguir, ele compartilha um pouco do seu legado em entrevista especial.
Qual o seu principal sentimento ao completar 100 anos de vida?
Cem anos é uma graça divina mesmo. Sinto uma gratidão muito grande e um certo assombro. A idade tem seu preço! Quem diria que eu chegaria até aqui! Mas meu pai chegou aos 103! Eu ainda tenho uns aninhos para alcançar ele, quem sabe. Sinto-me abençoado, graças a Deus. É um privilégio, sim.
Quais foram os momentos mais marcantes da sua trajetória pessoal e profissional?
Momentos marcantes, são tantos! Na vida pessoal, claro, minha esposa, meus filhos, netos e bisnetos! A família é a coisa mais importante que a gente tem.
Ah, e teve uma época, depois que me aposentei, aos 65 anos, que eu fui estudar no seminário teológico. E, aos 70, fui consagrado Pastor, pela Convenção Batista Cearense. Fui pastor por dez anos na igreja Batista do Bom Jardim. Foi um tempo de muita fé, de aprendizado e de muito serviço.
Já no trabalho, cada dia no serviço público foi para servir o país. Lembro de desafios, a gente lutava contra a sonegação de grandes empresas. E era bom ver a justiça fiscal ser feita. O que me movia era sentir que eu ajudava a construir um Brasil mais justo.
Como foi a sua entrada na ANFIP?
A ANFIP foi algo natural. Uma vocação. Eu via que o servidor público precisava de voz, de união. Na ANFIP, não era um só, éramos muitos. E tínhamos que defender nossos direitos, nossa dignidade. Eu vi na ANFIP a chance de lutar junto. Por melhores condições. Pela valorização da nossa carreira. Não entrei por acaso, foi por convicção e ideal!
Que lembranças o senhor guarda do período em que integrou o Conselho Executivo?
Ah, o Conselho Executivo! Bons tempos! Anos de muito trabalho e aprendizado. Lembro dos debates. As noites em claro, estudando. E as viagens, sim, as viagens mensalmente pra Brasília. Batíamos na porta dos senadores e deputados. O que mais me orgulha é saber que nós fizemos diferença.
O que significa, para o senhor, fazer parte da história da Associação?
Significa um orgulho imenso! É ter a certeza de que eu não passei em vão por este mundo. Que eu ajudei em algo maior. A ANFIP não é só uma associação, não. É uma parte da minha história, do Fiscal da Previdência Social, do serviço público do Brasil. Fazer parte dela significa que eu ajudei a trazer melhoria para a nossa classe, construir valores de justiça, ética. É como ser um tijolinho, num grande prédio. A ANFIP me deu propósito. Me conectou a pessoas incríveis. Me permitiu lutar pelo que eu acreditava. É um legado que eu guardo com muito carinho.
Qual mensagem o senhor gostaria de deixar para a ANFIP e seus associados neste momento tão especial?
Minha mensagem para a ANFIP e para todos os colegas é de esperança. Mas também de vigilância. As conquistas não são para sempre. Precisam ser defendidas, com coragem. Mantenham a união acesa! É na força de todos que a gente supera os desafios. Valorizem a ética, a integridade, a retidão e o compromisso com o serviço público. Isso é o pilar da nossa profissão. Olhem para o passado para aprender. Mas sempre com os olhos abertos para o futuro. A ANFIP, para mim, sempre foi um farol. Que ela continue sendo essa voz forte e respeitada. Defendendo nossa classe. E ajudando a construir um Brasil melhor.