ANFIP debate Reforma Eleitoral em reunião virtual com o MCCE

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Na manhã desta quarta-feira (12/5), a ANFIP, representada pelo assessor de Estudos Socioeconômicos Vilson Antonio Romero, participou de mais uma reunião promovida pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) para discutir e alinhar pautas de interesse da categoria e dos cidadãos e cidadãs brasileiros.

Durante a reunião, Luciano Santos, diretor do MCCE, deu os informes gerais sobre a votação do julgamento sobre a Ficha Limpa, trazida por Kassio Nunes Marques, atual ministro do Supremo Tribunal Federal. De acordo com a atualização, o Movimento ingressou no processo como amicus curiae e está se mobilizando com o auxílio de advogados para monitorar a pauta no STF.

Outro ponto debatido foi a atuação do GT MCCE da Reforma Eleitoral, que participou das últimas audiências públicas sobre o tema e está aguardando o relatório da deputada federal Margarete Coelho (PP-PI). Após articulação do Movimento, a relatora se comprometeu a não alterar pontos que já foram incorporados ao processo eleitoral e que possuem efetividade comprovada, como é o caso da Lei da Ficha Limpa.

Já a Comissão Especial da Reforma Eleitoral da Câmara está destinada a proferir um parecer à PEC 125-A/2011, que acrescenta dispositivos à Constituição Federal para vedar a realização de eleições em datas próximas a feriados nacionais. Segundo o MCCE, a Comissão está articulando uma mobilização no STF para impedir o uso da PEC para este fim, incentivando que sejam promovidos amplos debates antes da aprovação de uma Reforma Política dessa magnitude.

GT Mulheres MCCE anunciou que divulgará uma nota oficial relacionada ao silenciamento de mulheres no Congresso, sobretudo durante a pandemia. O objetivo é questionar a questão de gênero no processo eleitoral e trazer a público os impactos da não representatividade feminina nas Casas, visando uma reforma legislativa que traga avanços no sistema em direção à equidade de gênero na política.

Sobre o Voto Impresso, proposto pelo presidente Jair Bolsonaro, o MCCE, em consenso com as demais entidades, desvalidou a justificativa utilizada para a implementação do novo sistema, que se baseia na falácia de que as votações eletrônicas não são seguras. Vale lembrar que o Movimento não é contra a modalidade de voto, mas sim contra as equivocadas alegações que compõem a proposta, que acabam por descaracterizar e desvalorizar o processo eletrônico e as entidades que trabalham em prol de sua segurança.

Na tentativa de consolidar a luta, a entidade se reuniu, nesta terça-feira (11/5), com o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, para discutir a segurança do voto e da urna eletrônica; a Lei da Ficha Limpa e a participação da sociedade civil nos debates da reforma legislativa eleitoral. O encontro ocasionou em mais uma parceria entre MCCE e TSE em prol de eleições idôneas, a partir da criação de um observatório, uma comissão e um canal de checagem de notícias para auxiliar o TSE ao longo de todo o processo.

Contribuindo com o debate, Vilson Romero aproveitou a oportunidade para ressaltar a importância, no momento, de se ter um diálogo com a sociedade e um posicionamento proativo, para “evitar a transformação do processo eleitoral em balburdia”. O assessor sugeriu avaliar a possibilidade de entrar com uma interpelação judicial, visando segurança jurídica e uma maior certificação antes, durante e depois das Eleições.

Por fim, foi lançado o vídeo “MCCE: História e perspectivas para o futuro”, produzido pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) na intenção de informar e conscientizar a sociedade, bem como as entidades de classe, sobre a necessidade de fortalecimento e união contra a corrupção no Brasil, principalmente no período de Eleições. O material também mostra as contribuições do Movimento ao longo dos anos e as conquistas da luta por um sistema mais transparente, seguro e justo. O vídeo será disponibilizado para o público geral em breve.