ANFIP prestigia evento dos servidores federais no Fórum Social Mundial

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O assessor de Estudos Socioeconômicos da ANFIP, Vilson Antonio Romero, acompanhou, nesta terça-feira (26/1), a mesa de debate do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe). O encontro faz parte da série de atividades do Fórum Social Mundial 2021, que acontece pela primeira vez de forma virtual.

Participaram como debatedoras a presidente do Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (Cebes), Lúcia Souto; a presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Gulnar Azevedo; e a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz, Mychelle Alves. A coordenadora de Seguridade Social do Sindicato dos Técnicos-administrativos do Ensino Superior (Fasubra), Mariane de Siqueira, mediou o diálogo.

O objetivo do encontro foi apresentar as principais questões que envolvem os trabalhadores do serviço público, durante a pandemia, em meio à luta por democracia.  As debatedoras trataram dessas questões visando contribuir com alternativas em defesa do serviço público.

Para Vilson Romero, é extremamente necessária a valorização dos servidores públicos. “Cada vez é mais importante destacar o trabalho dos servidores na linha de frente do combate à pandemia, seja nos hospitais, através do Sistema Único de Saúde e na produção das vacinas (Fiocruz e Instituto Butantan), ou em inúmeras outras atividades essenciais que exigem trabalho presencial”, declarou.

Em sua exposição, Lúcia Souto destacou a importância das ações realizadas pelas entidades representativas em defesa dos servidores e do serviço público. Segundo a debatedora, a comunicação que as entidades estão fazendo é muito eficaz, pois mostra, na prática, quem são os servidores públicos, que são importantes e que estão produzindo resultados para o Brasil. “O governador de São Paulo disse que o Instituto Butantan era uma bobagem e tinha que ser privatizado, agora, nesse contexto de pandemia, o que ele disse que tinha que ser privatizado é que está organizando e apresentando soluções. O Brasil tem tudo para, a partir do serviço público, organizar o complexo econômico e industrial da saúde para que coloquemos como eixo de desenvolvimento do Brasil a segurança e a soberania sanitárias, pois nós não deixaremos de conviver com ameaças como essa da Covid-19”, destacou.

Sobre o cenário de pandemia, Gulnar Azevedo destacou que, apesar de o Brasil não ter um governo comprometido, felizmente conta com uma quantidade enorme de funcionários públicos que estão na linha de frente trabalhando e fortalecendo o Sistema Único de Saúde (SUS). “Nesse cenário, os maiores desafios são garantir a vacina para todos e o financiamento do SUS. Temos que forçar para que seja revogada a PEC 95/19 (Teto de Gastos), garantir que as medidas emergenciais cheguem logo, e que o orçamento do SUS dê conta não só dos problemas que a gente já tinha como dos problemas dessa pandemia. E, para isso, precisa muita pressão, porque este governo não vai fazer isso”, alertou.

Na avaliação de Mychelle Alves, é necessário que a população esteja atenta à Reforma Administrativa. De acordo com a palestrante, as vacinas só foram aprovadas emergencialmente pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), pois os responsáveis são servidores concursados que têm estabilidade e autonomia para exercer o seu trabalho independente de interferências políticas.

“É importante frisar isso, pois se for aprovada, a Reforma Administrativa pode impactar principalmente no nosso trabalho enquanto servidores e nas nossas instituições públicas. Precisamos ampliar o diálogo, pois ele atinge a grande maioria da população brasileira que é totalmente dependente do serviço público”, enfatizou.

Em complemento, Mariana de Siqueira afirmou que nas lutas de classe é preciso reinventar formas e ter união. “É necessário ter organização na luta, é coletividade, não tem saída individual”, disse.

Na oportunidade, também foram apresentadas as ações do Fonasefe que acontecem nos próximos dias em defesa do serviço público, como carreatas em Brasília, nos dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro, e, ainda no dia 1° um ato em frente à Câmara dos Deputados.

Confira o debate completo aqui.