A ANFIP lamenta profundamente o trágico incêndio ocorrido na noite deste domingo (2/9) no Museu Nacional do Rio de Janeiro, na Quinta da Boa Vista, que destruiu mais de 20 milhões de peças do seu acervo e deixou o prédio, com 200 anos de existência, em risco de desabamento.
As consequências são devastadoras! Parte da história do Brasil, de outros países e décadas de muito trabalho viraram cinzas.
O Museu era referência para cientistas e pesquisadores de todo o mundo. O maior da América Latina e um dos cinco maiores do planeta.
Perdemos em Arte, Cultura, História, Educação, Pesquisa e Tecnologia. A memória do futuro do País foi gravemente arrasada.
A tragédia de grandes proporções só confirma a incúria da administração pública com o que é público. É o símbolo da falência dos governos!
A Emenda Constitucional 95 – teto dos gastos – mostrou a que veio! Adotada em dezembro de 2016 pelo governo federal para congelar os gastos sociais por 20 anos, a medida devastou o investimento público, retirou direitos, virou as costas para a saúde, educação, segurança pública e para a nossa própria história.
Sim, o governo também falhou com o nosso passado! Mesmo sendo alertado diversas vezes sobre as condições do Museu Nacional do RJ, deixou de repassar o orçamento necessário para sua manutenção. Para se ter uma ideia, em 2013 a verba garantida foi de R$ 531 mil para os cuidados do acervo. Desde 2014 os valores foram caindo, chegando em R$ 346 mil em 2017 e, até abril de 2018, apenas R$ 54 mil.
Amargamos, agora, o resultado de uma política de governo irresponsável, que abandona e destrói, dia após dia, a administração pública.
É assim também que o governo age com os servidores públicos, com desrespeito e precarização do funcionalismo, impactando, consequentemente, toda a população.
A nossa história jamais recuperará o que foi perdido pelas chamas do descaso!
Não podemos permitir que o futuro seja comprometido.
O compromisso da ANFIP segue irredutível nas causas nacionais, sociais e da nossa categoria.