ANFIP e Pública avaliam conjuntura e estratégias de atuação

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O presidente Vilson Antonio Romero e a vice-presidente de Assuntos Jurídicos, Maria Beatriz Fernandes Branco, participaram da reunião da Pública Central do Servidor, nesta quarta-feira (13/12), realizada de forma híbrida, para análise da conjuntura política e balanço do primeiro ano do atual governo, considerando os temas de interesse das carreiras do funcionalismo.

Vilson Romero, que participou presencialmente, em Brasília, sugeriu que a Pública e as entidades que integram a central sindical, ainda neste ano, façam um levantamento e elaborem um documento com as pautas que devem ser priorizadas, para iniciar 2024 com estratégias bem definidas acerca das proposições que afetam diretamente os servidores públicos ativos, aposentados e os pensionistas.

Sobre a conjuntura política, o economista e ex-vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (BRICS), Paulo Nogueira Batista Jr., apresentou um balanço do primeiro ano de governo e comentou sobre a política fiscal adotada pelo Executivo. Para ele, o governo se comprometeu com uma meta “rígida demais” ao prometer déficit zero em 2023. “Esse foi um erro. O que pode acontecer é o governo adotar uma política fiscal muito limitada, restritiva, em uma economia que está estagnada há dez anos”, criticou.

Para que o governo não caia numa armadilha em prol da meta fiscal que prometeu, segundo Nogueira Batista, é preciso fazer a economia do país voltar a crescer e a se desenvolver. “É chave para esse governo que ele continue gerando crescimento em termos de renda, emprego, economia”, disse, destacando também a importância de acelerar esse crescimento econômico e a queda dos juros reais no Brasil.

Sobre os desafios a serem enfrentados pelos servidores públicos no próximo ano, o jornalista e analista político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), André Santos, apontou um Parlamento mais conservador, que tende a ser menos alinhado às pautas sociais e aos servidores públicos. “Dentro desse cenário, temos que traçar alguns desafios para os servidores e ter maior protagonismo no Congresso Nacional. É preciso construir um relacionamento muito próximo com os parlamentares, mas não é uma aproximação com aqueles que já são nossos aliados, é importante que a gente visualize de forma ampla, tendo esses novos grupos de oposição, e até mais radicais em relação aos servidores públicos”, sugeriu.

De acordo com o analista político, há uma grande possibilidade do avanço da reforma administrativa, já que existe uma disposição de grande parte dos congressistas para que a reforma aconteça e isso não depende do governo federal. “A necessidade dessa aproximação dos servidores com o Congresso, aliada com um argumento técnico para que não haja essa reforma administrativa, é muito importante. Não basta ser só contra. Precisamos apresentar uma alternativa à reforma administrativa e apresentar à oposição e ao grupo de apoio do governo”, ressaltou Santos.

Após as explanações, os dirigentes puderam debater e fazer perguntas aos palestrantes. A reunião foi coordenada pelo presidente da Pública, José Gozze, e contou com participação de diversos representantes de entidades sindicais e associativas.

As palestras serão disponibilizadas na íntegra no canal da Pública Central do Servidor no Youtube.