ANFIP repudia fala do ministro da Economia sobre atuação dos fiscais  

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Em mais uma declaração infeliz, o ministro da Economia agride a fiscalização de forma generalizada. A ANFIP vem a público, novamente, repudiar a forma como o chefe maior da pasta pratica atos de assédio moral diuturnamente contra servidores.

Ao explicar, em entrevista coletiva, nesta quarta-feira (29/4), que o Brasil está no 106º lugar para ambiente de negócios, o ministro lista uma série de dificuldades para o empresariado, entre eles o fato de haver “fiscal chantageando a companhia para não multar”.

Num momento em que o país tenta minimizar os impactos de uma pandemia que já tirou a vida de mais de 5 mil pessoas e infectou mais de 70 mil, o ministro da Economia segue atacando os servidores públicos, que são aqueles que seguem na linha de frente, dando não só sua contribuição, mas, colocando também sua vida e de sua família em risco.

Enquanto isso, o chefe da Economia faz seguidas falas desvalorizando o serviço público, já que ele defende que a saída da crise será “conduzida por investidores privados”. “Nós temos que claramente sinalizar para todo mundo, para os investidores locais, classe política, agentes econômicos, para todo mundo, que o Brasil tem rumo, tem programa. Nós vamos seguir com nosso programa econômico de transformação do estado brasileiro”, declarou.

A ANFIP lamenta que, após um ano e quatro meses de governo, nada de concreto foi feito pela economia do país, além da retirada de direitos de trabalhadores, do aumento de contribuições para servidores e da sangria de recursos a bancos, com bilhões sendo injetados no mercado financeiro, sem contrapartida.

Quanto mais percebem a ineficiência das medidas econômicas adotadas em prol da sociedade, mais procuram um bode expiatório, no caso os servidores públicos, e agora as fiscalizações, para carregar o peso de políticas públicas nunca implementadas e dos erros concretizados contra a própria economia do país.

Casos isolados não podem macular a seriedade do trabalho da fiscalização. A ANFIP não coaduna com desvios de conduta, que devem ser apurados. Porém, eventuais desvios de comportamento de servidores públicos não devem servir de exemplos por autoridades do governo para denegrir ou generalizar a atuação dos profissionais de fiscalização, que sempre tiveram uma atuação destacada, possibilitando ao Estado Brasileiro o atendimento e cumprimento de uma das mais nobres funções do Estado, que diz respeito ao investimento e aplicação de políticas públicas.