Em solenidade, ANFIP-RJ prestigia condecoradas com Diploma Mulher Cidadã

571

Nesta segunda-feira (7/3), a diretora de Assuntos de Aposentadoria e Pensões da ANFIP-RJ, Leila Souza de Barros Signorelli de Andrade, participou da sessão solene de entrega do ‘Diploma Mulher Cidadã Leolinda de Figueiredo Daltro’ (assista AQUI), realizada no plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). A condecoração marca o início das homenagens pelo Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março.

Na ocasião, foram prestigiadas dez personalidades que protagonizam a luta pelos direitos femininos. Os prêmios foram entregues pela presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM), deputada Enfermeira Rejane (PCdoB-RJ), e pela deputada Tia Ju (REP-RJ).

“São mulheres que se destacam na luta contra o racismo, o sexismo, a misoginia e atuam em movimentos sindicais, trabalhistas, abrindo caminhos para o fortalecimento da cidadania e direito à igualdade de gênero”, disse Enfermeira Rejane. Tia Ju também destacou a relevância de homenagear pessoas que atuam na luta pela defesa dos direitos das mulheres em diferentes campos, especialmente na saúde.

Uma das homenageadas, Gloria Heloiza, que é subsecretária de Políticas para Mulheres, destacou os mais de 10 mil atendimentos realizados a mulheres pelos 10 centros integrados e especializados (Ciams/Ceams) da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. “Seguimos lutando por igualdade de gênero e reconhecimento de luta. Agradeço a todas as mulheres que integram esta mesa e esta Casa”, disse.

Um dos relatos mais emocionantes partiu de Camila Aparecida Silva Santos, moradora do Complexo do Alemão, que desenvolve atividades que contribuem para o fortalecimento da identidade das mulheres moradoras de favelas. Foram homenageadas também Camila Aparecida Silva Santos, Cláudia Vitalino, Conceição Cassano, Fátima Cidade, Hildelene Lobato Bahia, Jandira Rocha de Oliveira, Marina Barros Ferreira Sobrinha, Nilce Naira Nascimento (saiba mais sobre cada uma delas abaixo).

Uma das integrantes da mesa, a juíza Katherine Jathay, do Juizado de Violência Doméstica e Familiar, destacou a importância do trabalho dessas mulheres na luta contra a violência. Lembrou que, por ser separada, Leolinda Daltro era chamada de ‘mulher do diabo’. Segundo a deputada Rejane, ainda no século XIX, Leolinda se separou de um marido opressor para poder estudar. “Ao se mudar para a capital em busca de melhores condições de vida e na afirmação de sua independência, deixou um exemplo que certamente inspirou muitas de nós”, comentou a deputada.

A presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim), Edna Calheiros, lembrou que nos últimos dois anos o movimento perdeu mulheres combativas, como Altamira Rodrigues Sobral Prestes, viúva do líder comunista Luís Carlos Prestes. Maria Prestes, como era conhecida, morreu no início de fevereiro, vítima da covid-19, e seu corpo foi velado no Palácio Tiradentes, antiga sede da Alerj. Ela foi uma das agraciadas pelo diploma em 2019.

Primeira mulher trans negra a se tornar doutora por uma universidade pública, a professora da UFRJ Dani Balbi, presidente da Fundação Maurício Grabois, citou a filósofa francesa Simone de Beauvoir em uma das principais frases do movimento feminista: “Não se nasce mulher, torna-se mulher”.

Karoline Mendes, coordenadora do Programa Desenvolve Mulher, do Governo do Estado, disse que a iniciativa começa nesta terça-feira (8/3), recebendo 450 jovens mães de 16 a 30 anos, chefes de famílias monoparentais do Jacarezinho, que durante 10 meses serão capacitadas em projetos de requalificação profissional.

Também participaram da mesa a secretária municipal de Políticas para Mulheres, Joyce Trindade, e a coordenadora do Nudem, Matilde Alonso.

Conheça as demais homenageadas:

Cláudia Vitalino – Atua incansavelmente na defesa dos Direitos das Mulheres negras. É da Comissão Estadual da Verdade da Escravidão Negra no Brasil e do Fórum Estadual de Mulheres Negras do Estado do Rio de Janeiro (comissão organizadora da marcha de mulheres negras RJ).

Conceição Cassano – Epidemiologista pela Fiocruz, ativista do movimento de mulheres e sindical, há mais de 40 anos dedica sua vida em defesa dos direitos das mulheres e dos trabalhadores. Vice-presidente da Confederação das Mulheres do Brasil (CMB).

Fátima Cidade – Militante do Fórum de Mulheres Negras de São Gonçalo, em conjunto com mais duas enfermeiras, implantou, dentro do Movimento de Mulheres, a Roda de Conversa com Gestantes, Amigos e Familiares. Há sete anos e quatro meses este trabalho vem atendendo mulheres no período grávido e puerperal, sendo uma referência regional e estadual.

Hildelene Lobato Bahia – Primeira Comandante de Navio Mercante no Brasil, foi a responsável pela abertura de mercado para mulheres como oficiais em navios mercantes.

Jandira Rocha de Oliveira – Produtora rural e artesã, moradora do município de Magé, promove rodas de conversas que dialogam sobre a violência contra as mulheres, doenças sexualmente transmissíveis, participação feminina na política, entre outros assuntos de fortalecimento do poder social.

Marina Barros Ferreira Sobrinha – Bailarina clássica, de danças afro-brasileiras, jazz e dança cigana, é integrante da União Brasileira de Mulheres de Mangaratiba (RJ).

Nilce Naira Nascimento – Mãe Nilce, como é conhecida, atua como coordenadora de projetos voltados para as questões de Direitos Humanos na Ilê Omolu Oxum, desde 1985. Na instituição, desenvolve projetos sociais e culturais, preservando a memória e a ancestralidade do povo negro. As ações e lutas incluem o resgate e o tratamento científico de objetos sagrados apreendidos pela ditadura civil e militar de 1964. Também é conselheira no Cedim/RJ.

Vânia Bretas Vilarinho – Professora, mestre em educação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), presidente estadual da UBM-RJ e diretora do Sinpro-Rio. Atua desde os anos 90 defendendo a igualdade racial e de gênero e a garantia e ampliação dos direitos individuais, combatendo o racismo, a violência contra as mulheres e todo o tipo de opressão.

Sobre o ‘Diploma Mulher Cidadã’

Em sua 19ª edição, o Diploma Mulher Cidadã Leolinda de Figueiredo Daltro foi criado na Alerj em 2003 e, desde então, já condecorou diversas mulheres, após criterioso processo de seleção e votação. Este ano, a premiação ganhou um clima maior de celebração, já que as duas últimas edições (2020 e 2021) foram promovidas virtualmente, em função da pandemia.

Com informações da Alerj.