Quem somos (Roswílcio José Moreira Góes)

1993
Antes de definirmos quem somos, devemos considerar o que não somos, com o fim de conseguirmos um melhor entendimento sobre este vocábulo. Assim, talvez, possamos pensar que somos uma pessoa cujo nome é tal, com determinado sobrenome que indica a origem familiar, nascido em tal cidade, país e em certa data.  Mas, a palavra “pessoa” originária de “persona”, pode significar “máscara” porque representa um Ser Humano no sentido físico, material, sem distinção de sexo, ou seja, é diferente do Ser Espiritual, assexuado e, portanto, o Ser Humano pode ser considerado como uma máscara do Ser Espiritual. Hoje em dia, isso é normal e cotidiano e se está usando máscara de pano sobre o rosto da pessoa, isto é, superposição de máscaras. Contudo, evidentemente, não somos máscara, não somos pessoa. O que somos então? Somos filhos de Deus, criados à Sua Imagem e Semelhança. Deus não tem forma, Ele se caracteriza como infinito e eterno. Ocupa todo o espaço em todo o tempo e nós, consequentemente, como filhos d’Ele, também somos imortais e infinitos. Não somos o Corpo. Apenas o usamos para aprender as experiências fenomênicas da Terra, enquanto aqui estamos.
Este conhecimento deve transformar as nossas experiências enquanto moramos no Globo Terrestre. A Lei de Causa e Efeito sempre se manifestará e qualquer causa gera o efeito correspondente. Nosso procedimento ou ações, portanto, deve ser submetido à nossa consciência e observado com o devido cuidado para que os efeitos dele não nos sejam prejudiciais. Os nossos atos são frutos de nossos pensamentos e desejos. E sua repetição constante corporifica-se tornando-se difícil a sua transformação. Corporificar é dar corpo, é tornar-se material, ou seja: temos um corpo de pensamento e um corpo de desejos. O corpo de pensamento é muito sutil e é acionado através da mente, já o corpo de desejos, segundo Max Heindel, no seu livro Conceito Rosa Cruz do Cosmos ou Ciência Oculta Cristã, é formado por ”Luz e Cor sempre em mutação” ou como ele diz em espanhol: “Luz e color siempre cambiantes”. Podemos purificar o nosso corpo de desejos acionando-o com a constância repetitiva de desejos espirituais puros, de Paz e Amor, formando a “Consciência”, palavra que pode ser dividida em “Co” e “Ciência” (o “n” apenas para eufonia), ou seja, dando-nos a informação de que, este vocábulo, a “Consciência”, está sempre acompanhado ou andando em paralelo com a Ciência ou Conhecimento. Esta Consciência Pura é aquela que nos eleva ao Reino de Deus ou ao espaço ilimitado e em toda a eternidade onde Ele habita. Só assim, podemos afirmar “Eu e o Pai somos Um” e saber, de fato, QUEM SOMOS.Salvador, 08 de maio de 2021
Roswílcio José Moreira Góes – presidente da ANFIP-BA