ANFIP fala sobre Previdência em entrevista à Liderança da Minoria

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O presidente da ANFIP, Floriano Martins de Sá Neto, e a Auditora Fiscal e coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, foram entrevistados nesta quarta-feira (26/6), ao vivo no Facebook, pela Liderança da Minoria da Câmara dos Deputados sobre os impactos da reforma da Previdência na vida dos trabalhadores.

Floriano Sá Neto, ao ser questionado sobre os riscos do texto substitutivo do deputado Samuel Moreira (PSDB/SP), afirmou que o impacto fiscal que o governo alardeia como necessário tem endereço certo. “A propaganda oficial fala de privilégios, mas estamos tentando achar quem são eles. O cidadão tem que ficar atento à essa propaganda. Ela diz que combate privilégios, mas isso não é verdade. Tanto a PEC original [PEC 6/2019] quanto o substitutivo impõem 80% da economia alardeada às camadas que recebem salários menores. Essa questão merece uma reflexão”, alertou.

Quanto aos servidores públicos, Floriano Sá Neto explicou que, desde 2013, a aposentadoria já tem nova regra, que obedece ao teto do RGPS (Regime Geral de Previdência Social). Para o presidente, os verdadeiros privilegiados com esta reforma não estão contemplados em seu texto. “Talvez eles não estão sendo tratados por esta reforma da Previdência”, deu a dica.

Outro argumento para a reforma é o “equilíbrio das contas públicas”. “Que equilíbrio é esse que vai atravancar o aquecimento da economia?”, argumentou o presidente. Conforme lembrou, economistas e organismos internacionais já falam sobre a necessidade do combate às desigualdades para o crescimento econômico. “Os avanços do substitutivo são mínimos nesse sentido. A proposta está indo na contramão das necessidades sociais e econômicas do país, ela vai aprofundar o problema da Previdência”, ressaltou.

Floriano Sá Neto enfatizou que o que deveria estar em discussão como solução para os graves problemas estruturais é a reforma tributária. “Temos um trabalho sendo realizado há dois anos, com diagnóstico amplo, que traria muito mais resultado do ponto de vista fiscal”, disse sobre a Reforma Tributária Solidária, projeto desenvolvido em parceria com a Fenafisco (Fisco Estadual e Distrital). “As receitas públicas têm que ser melhoradas, mas não às custas das camadas mais humildes”, frisou.

“A gente acompanha com preocupação a reforma da Seguridade, que desconstitucionaliza do texto garantias concedidas desde 1988 e traz uma insegurança jurídica muito grande à população”, argumentou Floriano Sá Neto. “Não saberemos se os trabalhadores vão conseguir um dia se aposentar no Brasil. Isso é sério. Torcemos para que esse debate não fique apenas na Comissão. É importante que a população cobre isso do seu parlamentar”, disse.

Confira abaixo a íntegra da entrevista que teve ainda participação da deputada Lídice da Mata (PSB/BA) e outros pontos abordados, como a capitalização, deficit do sistema previdenciário, reformas trabalhistas, entre outros.

https://www.facebook.com/liderancadaminoria/videos/381302172499267/