Na segunda-feira (17/1), o presidente da ANFIP, Vilson Antonio Romero, concedeu entrevista ao programa NH10, da Rádio ABC 103.3 FM, acerca da crescente desestruturação do serviço público, especialmente na Receita Federal do Brasil (RFB).
Romero afirmou que é primordial realizar análises e debates sobre a conjuntura nacional. “É um momento de grande reflexão, principalmente neste ano que haverá radicalização de posições e um fluxo maior de desinformação nas redes sociais”, disse. Entre as principais questões que afetam diretamente o funcionamento da RFB, destacou o desfalque do quadro de servidores e a retirada de recursos do órgão.
O presidente informou que houve um crescimento de mais de 30% na criação de empresas entre 2019 e 2021, e segundo o Mapa de Empresas, que é publicado pelo Ministério da Economia, existem hoje 18 milhões de empresas ativas no país sem o aumento do número de servidores da RFB. “Há um envelhecimento constante do conjunto de servidores, que não tem sido reposto. Estamos permitindo a ampliação do espectro da concorrência desleal e da sonegação por não termos uma estrutura capaz de fiscalizar todo o contingente econômico”, completou.
Sobre a recomposição do quadro ideal de servidores, Vilson Romero destacou que em reunião realizada na semana passada com o secretário da RFB, Julio Cesar Vieira Gomes, foi informado que o pedido para preenchimento de cerca de 700 vagas para os cargos da carreira já foi protocolado, e depende de autorização final para que seja deflagrado o processo de convocação de concurso público.
O dirigente aproveitou a oportunidade para reforçar que os Auditores não estão em greve, conforme afirmam veículos de imprensa. Estão em mobilização intensa pelos direitos da categoria e do órgão desde a aprovação do Orçamento de 2022 pelo Congresso Nacional, que traz cortes no orçamento da Receita para o período. Foi deliberado um plano de ação em assembleia da categoria, realizada em dezembro, que inclui as seguintes medidas: implementação do programa Meta Zero; entrega ostensiva de cargos de confiança, que já chega a mais de 1.300 em todo Brasil; paralisação dos projetos nacionais; e Operação Padrão nas fronteiras, portos e aeroportos. A ANFIP segue atenta aos desdobramentos das atividades.