Dia do Trabalho marca movimento contra a reforma da Previdência

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O dia 1° de maio foi histórico na luta contra a reforma da Previdência. Todas as centrais sindicais brasileiras estiveram reunidas em um ato unitário no Vale do Anhangabaú, na capital paulista, onde contaram com a participação de mais de 200 mil trabalhadores e trabalhadoras.

A ANFIP esteve presente no ato representada pelo presidente Floriano Martins de Sá Neto. “Foi um dia histórico para o movimento de luta de resistência e reivindicação de direitos da classe trabalhadora brasileira. Pela primeira vez na história do país, todas as centrais sindicais estiveram em um mesmo palanque.  A ANFIP foi a única entidade representativa de servidores públicos e da sociedade que teve direito a pronunciamento durante o ato”, explicou o presidente.

Durante a abertura do ato, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, deixou claro que a solução para o problema fiscal brasileiro passa pela Reforma Tributária Solidária, que reduz as desigualdades através de um reformulação do sistema tributário, buscando a progressividade. “Se o problema do governo é arrecadação de dinheiro, as centrais sindicais têm uma proposta de reforma Tributária para apresentar. Se Guedes quer arrecadar R$ 1 trilhão que vá tributar os ricos e milionários que têm jatinho, avião e jet-ski. Não venha querer tirar do povo trabalhador”, ressaltou Vagner, reforçando que a proposta de reforma Tributária das centrais foi construída em conjunto com a ANFIP.

“Uma verdadeira reforma da previdência não pode ser feita apenas sobre o ponto de vista do gasto, ela deve, preferencialmente e inicialmente, ser feita na área da arrecadação. Nós temos um imenso campo de atuação no combate a fralde, a sonegação, a elisão fiscal,  ao planejamento tributário e a baixa cobrança de débitos lançados pelos auditores. Além disso temos uma legislação permissiva que permite que o mau contribuinte não cumpra as suas obrigações”, argumentou o presidente Floriano Martins de Sá Neto em seu pronunciamento.

A participação inédita da ANFIP no ato em São Paulo é resultado de uma série de reuniões que já vêm sendo realizadas nos últimos dias, nas quais ficou acertado que os sindicatos representados pelas centrais vão passar a divulgar a resistência a reforma da Previdência por meio da movimento Reforma Tributária Solidária. “Isso demonstra o reconhecimento dos nossos estudos técnicos e também aumenta a nossa responsabilidade em subsidiar este debate”, diz Floriano Martins de Sá Neto.

Durante a manifestação, foram distribuídos mais de 100 mil cópias do panfleto produzido pela ANFIP, que marca a resistência contra a reforma da previdência. “A ANFIP continuará subsidiando o movimento dos trabalhadores com a realidade do sistema de arrecadação de tributos no Brasil”, enfatiza Floriano Martins de Sá Neto. As centrais aprovaram, por unanimidade, a greve geral no dia 14 de junho contra a reforma da Previdência.