ANFIP: “Só um projeto de país pode fazer o Brasil voltar a crescer”

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Palestra foi realizada no seminário “O serviço público que queremos”

O presidente da ANFIP, Floriano Martins de Sá Neto, criticou duramente os ataques à Seguridade Social brasileira, nesta sexta-feira (31/8), em palestra realizada no seminário “O serviço público que queremos”, promovido, em Brasília, pelo Fórum das Carreiras de Estado (Fonacate) em parceria com o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe). A vice-presidente da Assuntos Parlamentares da ANFIP, Ilva Franca, também esteve presente.

“O problema da nossa economia não é a Seguridade Social. Mesmo em períodos de crise, como a de 2008, com reflexos em 2009, o sistema sempre manteve-se superavitário. O problema é que o Brasil não cresce nem se desenvolve mais”, afirma Sá Neto.

Para retomar os saldos positivos, explica o dirigente, é preciso fazer políticas adequadas: “Nos últimos anos, nossos indicadores de investimento são baixíssimos. É preciso investir em educação, qualificação, geração de empregos. E não adianta oferecer emprego de baixa qualificação. Isso só será possível se tivermos um projeto de país para fazer o Brasil voltar a crescer”.

Sá Neto também ressaltou que as renúncias fiscais e as desvinculações, que afetam o orçamento do sistema de proteção social, devem ser revistos pelos próximos governos. “Fala-se em reforma da previdência com o argumento de que o sistema está quebrado. Mas, ao mesmo tempo, o governo fez uma série de medidas que desestabilizam o emprego, prejudicando ainda mais o orçamento da Seguridade Social. A desoneração foi desastrosa! Não gerou novos empregos e só piorou a situação das receitas, pois diminuiu a arrecadação e, consequentemente, deixou de entrar dinheiro nos cofres públicos. A União nunca deu R$ 1 para a Seguridade. Pelo contrário, só retirou”, lamentou o presidente da ANFIP.

O “boicote” ao orçamento do sistema é uma preocupação da ANFIP. “Nossa proteção social está na Constituição Federal de 88. É o principal sistema de redução da probreza e da desigualdade no país. Não vamos permitir que seja privatizada ou destruída. Temos plenas condições de retomarmos o saldo positivo do sistema”, alertou Floriano Sá Neto, apresentando em números os impactos das Desvinculações das Receitas da União (DRU). “Em 13 anos, quase R$ 742 bilhões foram subtraídos da Seguridade social por meio da DRU, totalizando uma média de cerca de R$ 57 bilhões por ano”.

Confira aqui a programação completa do evento, que segue até sábado (1º/9).